Tratamentos para cálculos renais: invasivos ou não invasivos?

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia, estima-se que aproximadamente 13% da população mundial sofra de cálculo renal, no Brasil afetando cerca de 5% do país. É um dos problemas mais comuns do sistema renal e quem tem sabe muito bem como as cólicas renais são uma das piores dores que podemos enfrentar.

Todo mundo pode ter cálculo renal, mas algumas pessoas têm mais predisposição que outras. Os fatores de risco são os mesmos para todos: excesso de sal e de alimentos ricos em cálcio e proteína na dieta, beber pouca água, obesidade e hipertensão colaboram com a formação de cálculos de diversos tipos.

O tratamento para essa condição varia de acordo com o tamanho e a quantidade de cálculos que se formaram, com abordagens invasivas e não invasivas. Neste artigo, explicarei um pouco sobre cada uma e quando são recomendadas.

Tratamentos não invasivos

Os cálculos renais possuem sintomas muito específicos, que vão de cólica renal até náuseas e sangue na urina. Quanto menor o cálculo, mais leves são os sintomas, então é de se esperar que reações mais intensas também remetam a cálculos maiores. Após feito o diagnóstico e identificado o tamanho da pedra através de um ultrassom, é possível definir um tratamento adequado.

Pedras muito pequenas (menores que 6 mm) geralmente são expelidas naturalmente através do canal da urina. O paciente só precisará consumir mais líquido para urinar mais e, em casos isolados, pode ser necessário injetar diretamente na veia para resultados mais rápidos.

Cálculos de ácido úrico que também se encaixam nesse grupo ainda podem ser tratados por medicamentos. O objetivo é dissolver as pedras quimicamente, o que não é possível com os demais tipos. Caso eles sejam maiores que 6 mm, o tratamento medicamentoso já não é mais eficaz.

Tratamentos invasivos

Quando as pedras são maiores que 6 mm, a única forma de tratar é realizando um procedimento invasivo. Cálculos maiores não podem ser expelidos pela urina, inclusive podem até mesmo trazer complicações nesse aspecto, obstruindo o canal e impedindo que a urina passe normalmente.

Existe uma pequena variedade de procedimentos cirúrgicos que podem ser abordados em diferentes casos. O mais comum é a famosa técnica percutânea, onde é realizado uma incisão nas costas do paciente e inserido um aparelho que alcança o rim e destrói as pedras. É uma cirurgia delicada que exige pelo menos cinco dias de internação, além de algumas semanas de recuperação.

Graças ao avanço da tecnologia na medicina, também existem outros métodos mais avançados. Um deles é a litotripsia extracorpórea, que é a alternativa menos agressiva e utiliza ondas eletromagnéticas para fragmentar o cálculo e viabilizar uma eliminação natural. Porém, dependendo do tamanho da pedra, a litotripsia não é um tratamento recomendado.

Uma outra opção é a uretero-nefrolitotripsia flexível, que introduz um aparelho com laser na uretra para destruir os cálculos. É um procedimento bem mais simples e o paciente recebe alta no mesmo dia, mas nem sempre é possível eliminar todos as pedras em uma única sessão, então pode ser necessário fazer mais de uma vez.