Em 1999 a medicina alcançava uma nova conquista: o uso do robô Da Vinci em procedimentos cirúrgicos. Este equipamento conta com quatro braços mecânicos, cada um equipado com diferentes instrumentos. Um desses braços possui uma câmera 3D em sua ponta e, dessa forma, os cirurgiões poderiam realizar procedimentos muito complexos de uma forma minimamente invasiva e extremamente tecnológica. Assim nascia a cirurgia robótica.
A técnica foi realmente revolucionária, mas devido aos custos muito elevados, ainda não é algo tão popular. Os robôs Da Vinci só foram chegar ao Brasil em 2008 e atualmente já foram realizadas mais de cinco mil cirurgias robóticas no País. Parece um número baixo, se pararmos para pensar que já se passaram 13 anos desde a chegada dos robôs por aqui, mas sem dúvidas é algo que vem crescendo cada vez mais e em breve será usufruído por todos.
Como é feita uma cirurgia robótica?
A cirurgia robótica é mais utilizada em procedimentos voltados para urologia, ginecologia e cirurgias do sistema gastrointestinal. Isso não quer dizer que outras especialidades da medicina não podem usar esta tecnologia, mas antes é necessário realizar muitos estudos e testes, o que costuma demorar um tempo.
Neste procedimento, o cirurgião consegue manipular os movimentos de cada braço do robô Da Vinci individualmente através de um joystick, semelhante ao de um videogame. Esse simples fato já oferece uma grande vantagem ao cirurgião, pois lhe garante mais liberdade. O robô não se limita a manobras exclusivamente lineares, mas também em 360º graus, possibilitando realizar movimentos até então impossíveis.
Com o auxílio da câmera em um dos braços, o cirurgião consegue se orientar, então nada é feito “às cegas”. Além disso, os braços do robô garantem muito mais firmeza nas ações, eliminando qualquer tremor que a mão humana poderia apresentar. Sendo assim, tudo é muito seguro e eficaz.
As vantagens vão além da praticidade, pois o paciente também se beneficia muito com essa tecnologia. A cirurgia robótica exige menos incisões e é menos agressiva, diminuindo os riscos de causar sangramentos e garantindo até mesmo uma recuperação mais rápida e leve para o paciente.
O futuro da cirurgia robótica no Brasil
Se comparado com 2017, somente em 2018 o Brasil teve um crescimento de 60% no número de cirurgias robóticas realizadas em todo o País. Em apenas 10 anos, o procedimento deixou de ser algo exclusivo da rede privada e já está até sendo adotado em alguns institutos de saúde públicos, como o Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo).
Atualmente, o maior número de cirurgias robóticas realizadas no País são para tratar câncer de estômago. O procedimento também está incluso em outros tipos de tratamentos como na retirada de pedras da vesícula e até mesmo em cirurgias bariátricas, pois facilita o acesso ao abdômen na redução do estômago, especialmente em pessoas obesas.
Em casos de cirurgias muito complexas, vale a pena conversar com seu médico a respeito de uma cirurgia robótica. Ainda que seja algo bem experimental no Brasil, elas certamente são o futuro da medicina.