Realizar uma cirurgia utilizando robôs como auxiliares parece até uma ideia retirada de um filme de ficção científica, mas já é algo que faz parte da nossa realidade. A cirurgia robótica não é mais uma promessa para o futuro, pois já vem se integrando na medicina brasileira gradativamente. No Brasil, estima-se que sejam realizados aproximadamente 100 mil procedimentos do gênero por ano e a tendência é que esse número dobre até 2025.
A proposta não é substituir os cirurgiões por máquinas, mas sim permitir que eles trabalhem lado a lado em prol do paciente. Utilizada em diversas especialidades da medicina, a cirurgia robótica vem se destacando na urologia e no tratamento de diversos tipos de cânceres. Recentemente, está sendo testada até mesmo na realização de transplantes.
Se você ainda não conhece a técnica, neste artigo poderá entender melhor porque ela é considerada a cirurgia do futuro.
Usando a tecnologia como aliada
As cirurgias robóticas são realizadas a partir de um sistema conhecido como Da Vinci, que consiste em um carrinho equipado com três ou quatro braços robóticos e ligado a um console, este que o cirurgião utiliza para controlar esses membros mecânicos. O Da Vinci foi o pioneiro em equipamentos do gênero e a partir disso novas variantes começaram a surgir, inclusive algumas que já estão chegando ao Brasil.
Cada um desses braços consegue segurar objetos com firmeza, dentre eles bisturi, tesouras, pinças e outras ferramentas cirúrgicas. O último braço fica responsável por carregar a câmera que proporciona toda a visão do cirurgião durante o procedimento. Com todos esses recursos em mãos, o profissional se encarrega de controlar esses membros através dos controles do console, garantindo mais precisão nos cortes e segurança para o paciente.
As cirurgias tradicionais são mais agressivas devido ao tamanho das incisões realizadas, que muitas vezes causam sangramentos e, por consequência, resultam em uma recuperação mais delicada ao paciente. A principal virtude da técnica robótica é justamente eliminar essas características, sendo um procedimento minimamente invasivo que reduz drasticamente quaisquer riscos de complicações. Além disso, o paciente também se recupera mais rápido e sente menos dores no pós-operatório.
A precisão proporcionada pelos braços mecânicos ajuda o cirurgião a ter mais controle da área que está sendo cortada, evitando atingir estruturas anatômicas próximas. Na urologia, esse é um recurso especialmente útil, já que as cirurgias costumam ser realizadas em regiões delicadas e de difícil acesso.
O futuro da urologia
Quase todo tipo de câncer urológico pode ser tratado com cirurgia robótica, dentre eles tumores na próstata, bexiga, rins e ureteres. Os riscos do paciente apresentar disfunção erétil ou incontinência urinária, algo relativamente comum no pós-operatório desses procedimentos, são bastante reduzidos graças à precisão da técnica.
Devido a todo esse conjunto de vantagens, é fato que a cirurgia robótica é uma tendência que chegou para ficar. O rápido avanço da tecnologia vem permitindo que novos modelos de robôs sejam desenvolvidos e disponibilizados no mercado, então é questão de tempo até que todos os estabelecimentos médicos do país contem com seus próprios equipamentos. Também será necessária uma especialização específica dos cirurgiões para esse tipo de tratamento, então é um processo que requer uma grande adaptação de todos.
Caso queira saber mais sobre o procedimento, não deixe de procurar um profissional especializado no assunto!
Referências
https://www.bp.org.br/artigo/a-cirurgia-robotica-e-o-futuro-da-medicina